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Relações familiares

Existem muitas crenças circulando no meio espiritualista quanto as relações familiares e acredito que aquela que causa mais problemas é a de que nós escolhemos a família na qual iremos nascer. Essa crença é muito propagada pelos espíritas, mas não é verdadeira. Nós somos atraídos para a reencarnação pelas ligações emocionais que temos com pessoas que estão encarnadas e com o tipo de karma que iremos resgatar, que tem a ver com o tipo de energia com a qual estamos sintonizados e vibrando antes do nascimento.

E as ligações emocionais que nos conectam aos nossos pais encarnados podem ser positivas ou negativas, por isso é muito comum obsessores nascerem como filhos das pessoas que estão obsidiando. A crença espirita se baseia na premissa de que todos, ou a grande maioria, após a morte é socorrida e levada para alguma colônia espiritual onde espíritos mais elevados irão assisti-la em sua reencarnação, porém, a grande maioria das pessoas morre e reencarna sem nunca passar por alguma dessas colônias espirituais.

Para os poucos espíritos que são socorridos e recebem uma orientação e assistência para reencarnar essa escolha também não ocorre, eles precisam liberar espaço nas colônias, não podem abrigar a todos e está sempre chegando mais espíritos, então eles tem que reencarnar quem está lá aonde for possível, e pelo grau de desenvolvimento de quem é socorrido, esses espíritos não têm condições de escolher aonde irão nascer.

Atrelado a essa crença existe outra de que todos temos uma programação reencarnatória, que as situações pelas quais temos que passar ou quando e onde iremos reencarnar fazem parte de algum programa minuciosamente orquestrado por algum ser superior. Outra crença infundada e que não acontece na prática. Nossos desejos e impulsos e a maneira como reagimos às situações que vivenciamos é que nos direciona para um ou outro caminho.

Vou relatar dois casos que atendemos recentemente e que ilustram muito bem essa questão. No primeiro caso atendemos uma menina pré-adolescente a pedido da mãe, que reclama de desobediência, desrespeito e outras atitudes comuns aos jovens nessa fase da vida, mas que nessa caso tinha uma causa pretérita. Essa menina numa vida passada foi dona de escravos, uma sinhazinha e sua mãe da vida atual foi uma negra que era sua escrava pessoal. Quando a sinhazinha se casou a negra foi junto com ela e o marido da sinhazinha começou a se deitar com a negra e a engravidou.

Quando a sinhazinha descobriu que a negra estava grávida de seu marido mandou colocá-la no tronco e chicoteá-la até a morte. Na vida atual a menina estava sintonizada com essa vida passada, estava desdobrada nessa frequência como sinhazinha na fazenda que ainda existia na dimensão astral, por isso no seu intimo vê a mãe como uma escrava dela e alguém de quem ela não gosta e quer matar, não aceita ter que se submeter a mãe por isso não quer obedecê-la. Um caso típico de reencarnação por ligações kármicas negativas.

Outro caso foi o de uma mulher que não tem uma boa relação com a mãe apesar de ter cuidado dos irmãos quando a mãe se separou do pai e ela assumiu essa responsabilidade e a mãe hoje sempre defende os irmãos e fica contra a filha. Numa vida passada essa mulher foi uma negra escravizada e foi ama-de-leite dos filhos da sinhá. Como era comum naquela época, o sinhô se deitava com as negras e fez um filho na ama-de-leite. A sinhá tinha raiva da negra por conta disso e sempre a castigava por qualquer motivo; quando o filho da escrava tinha uns 11 anos de idade a sinhá o vendeu. A sinhá é a mãe dessa mulher na vida atual e o pai dela era o sinhô. Outro exemplo de reencarnação por ligações kármicas negativas e emocionais.

Nenhuma dessas pessoas de ambas as famílias que atendemos passou por uma colônia espiritual antes de nascer ou teve qualquer planejamento reencarnatório, são espíritos que se atraem mutuamente devido as ligações emocionais e kármicas que os unem. Essa ideia de que nós escolhemos nascer como filhos dos pais que temos é uma crença irreal.

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