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Foto do escritorGelson Celistre

O fascínio quântico

Atualizado: 19 de jul.

Ultimamente tem havido uma verdadeira avalanche de terapias "quânticas", temos apometria quântica, cura quântica, radiestesia quântica, quantum healing, eteriatria quântica, reiki quântico, mesa radiônica quântica, medicina quântica, reprogramação quântica, salto quântico e por aí vai. Mas o que significa esse "quântico" ou "quântica"? A primeira coisa que o usuário de alguma dessas terapias vai descobrir é que por ser quântico o tratamento ou iniciação na tal terapia ou sistema quântico é bem mais caro que o convencional. Afinal, dizem esses terapeutas, a terapia quântica é muito mais eficaz. Bem, isso ainda não explica o que vem a ser o quântico, então vamos às suas origens.

De onde vem o quântico

O cientista Albert Einstein (1879-1955) foi o primeiro físico a utilizar o termo quantum numa pesquisa sua publicada em 1905 sobre a constante de Planck. E o que seria essa constante de Planck? Max Planck (1858-1947), também físico, publicou um artigo em 1900 onde apresentou uma equação (E=h.f) que acabou revolucionando a física moderna, e tem a ver com a emissão de ondas eletromagnéticas e radiação emitidas por um corpo qualquer. Para nós leigos pode parecer apenas mais uma equação que nem sabemos onde utilizar mas este traballho lhe rendeu o Prêmio Nobel de Física em 1918. A constante de Planck é o "h" da equação, e significa, acreditem ou não, um pacote discreto de energia. O "E" é energia e o "f" é frequência. Está ficando complicado? Também acho.

      Na prática ele constatou que as equações da física clássica não explicavam os fenômenos que ele observou em seus experimentos sobre radiação e sobre o comportamento das partículas subatômicas e propôs a tal equação com sua constante para tentar explicar o que descobriu.

      A física quântica estuda os eventos que ocorrem nas camadas atômicas e sub-atômicas, ou seja, entre moléculas, átomos, elétrons, prótons, pósitrons, e outras partículas. O grande astro dessa história é o elétron, que quando aquecido passa de uma órbita para outra órbita distante, sem passar pelas órbitas intermediárias, isto é, se o átomo fosse nosso Sistema Solar, o tal elétron seria o planeta Mercúrio, o mais próximo do Sol (que seria o núcleo do átomo) que de repente desaparece e reaparece ao lado do planeta Netuno, o mais distante do Sol, sem passar por Vênus, Terra, Marte, etc. A questão é como ele fez isso, como desapareceu de um local e reapareceu em outro. Quando está visível o elétron é uma partícula e quando está se movendo é uma onda (eletromagnética).

      Se analisarmos esse detalhe, vamos concluir que o tal elétron estava em dois locais ao mesmo tempo pois enquanto ele estava em sua órbita original tbm estava em algum lugar desconhecido a caminho da outra órbita onde reapareceu do nada. Ele realizou um salto energético ou um salto quântico. E o que isso tem a ver com terapias e com a espiritualidade? Boa pergunta. Alguns físicos observaram a semelhança entre esses eventos e as teorias espiritualistas, como o que chamamos de desdobramento, com a viagem astral, com a imortalidade da alma (o corpo morre - o elétron desaparece - e renasce - o elétron aparece em outro lugar), etc. 

      O físico indiano Amit Goswami, mais recentemente, ficou famoso no mundo todo ao aparecer no filme metido a documentário "Quem somos nós?", fazendo analogias entre os conceitos da física moderna, quântica, e a reencarnação, a vida após a morte, etc. Então, resumidamente, uma terapia quântica, teoricamente, te curaria milagrosamente, te levando da doença à cura instantaneamente. Entretanto, assim como a física quântica não tem a menor idéia de como o elétron desaparece de uma órbita e reaparece em outra, esses terapeutas quânticos também não tem a mínima noção de como operar esse milagre de cura em seus pacientes. 

      Uma coisa é ocorrer esse fenômeno com um elétron e outra coisa é fazer desaparecer um tumor cancerígeno (e onde o tumor reapareceria???). Comparando com a reencarnação seria assim, a gente morre num local numa determinada vida e renasce em outro local em outra vida. O estágio em que a ciência está é o de matar alguém e ficar observando se vai renascer em algum lugar, mas sem ter a menor ideia de onde e nem de que maneira. Some-se a isso tudo que os próprios cientistas descobriram que o estado que o tal elétron vai assumir (partícula ou onda) depende de quem o está observando e do modo como o faz, isto é, o observador interfere no objeto que está observando, que só se apresenta de determinada forma por estar sendo observado.

      Entenderam por que as terapias quânticas são mais caras? Não? É simples, é porque além de prometer te curar, prometem que isso vai ocorrer instantaneamente, e de uma maneira que nem os próprios terapeutas sabem explicar. Por isso dizem que é quântico, porque não se sabe quase nada sobre isso e nem como funciona, mas tem o status de ser científico.

  O salto quântico

Foi investigando mais uma dessas modalidades espirituais quânticas, que promete coisas absurdas a quem for iniciado em suas práticas, que nos deparamos com o que vou relatar a seguir. Inicialmente encontramos o ministrante do tal salto com um capacete de onde saíam vários fios/tubos, que estavam ligados a uma máquina semelhante aos aparelhos de raio-X que os dentistas utilizam. Além do criador do tal salto quântico várias outras pessoas iniciadas por ele também tinham os tais capacetes na cabeça, só que o criador do tal salto tinha esses fios ligados em todo seu corpo, principalmente nos chacras, onde os fios/tubos eram mais grossos.

    Trata-se de mais um médium fascinado com delírios messiânicos, achando que vai revolucionar o mundo, como vários que já encontramos. Enquanto essas pessoas não se conscientizarem de que possuem mediunidade por um efeito kármico e não por serem mais espiritualizadas ou evoluídas que as demais, enquanto acharem que são escolhidos, missionários, seres intergalácticos que vieram auxiliar a humanidade, etc., serão presas fáceis para espíritos mistificadores e vampirizadores.

      Logo após encontrarmos esse pessoal quântico ligado a essas máquinas, que além de lhes retirar energia ainda lhe incutia imagens e idéias quânticas, de que são especiais, que são seres intergaláticos, que são luz e outras bobagens do tipo, fomos parar num imenso planalto na dimensão astral onde havia milhares de pessoas em estado de transe, todas caminhando lentamente em direção a um abismo.

      Ao chegarem na beira do abismo, abriam os braços como se fossem voar e se atiravam, sumindo na escuridão. Estavam mesmo dando um salto quântico, só que para um imenso abismo nas trevas. No fundo do abismo essas pessoas ficam todas em pé ao redor de um gerador, uma ao lado da outra, interligadas por fios e gerando um campo magnético criado com a própria energia delas, pois são todas pessoas encarnadas que estão lá em desdobramento, e esse campo também transmite as imagens que eles enxergam durante a tal iniciação do salto quântico (para o abismo).

      As pessoas presas nesse abismo funcionavam como uma imensa bateria, gerando um campo energético muito forte, devido a estarem todas encarnadas e produzindo ectoplasma. Finalmente vimos o ser que gerencia tudo isso e que criou a tal iniciação do salto quântico através do médium encarnado que ele fascinou. Esse ser tinha a aparência de um homem velho, vestindo uma roupa ao estilo Star Trek, só que prateada, careca e com a pele do rosto enrugada. Na testa do tal velho havia como se fosse gravado na pele a imagem do "olho que tudo vê", que é um olho dentro de um triângulo, e o interessante é que o tal olho parecia ter vida, ele se mexia na testa do velho.

      Esse ser, que tem muitos conhecimentos científicos e de magia, é quem dirige a mente do médium encarnado e quando ele vai iniciar alguém, ele cria as imagens na mente do iniciado, o hipnotiza, desdobra e leva para o local onde ele tem as máquinas parecendo os aparelhos de raio-X, onde implanta mais coisas na mente do iniciado, e depois o leva desdobrado para o planalto das trevas, onde o iniciado então vai dar o seu salto quântico para o abismo.

      Esse ser trabalha com vários terapeutas quânticos no mundo todo e no tal abismo, que na prática era um gerador orgânico onde as células de energia eram as pessoas, havia cerca de um milhão e duzentas mil pessoas, mas elas não ficam o tempo todo desdobradas ali, ficam um tempo, depois voltam para o corpo físico, e mais tarde retornam, para que não sintam muito fisicamente a perda de energia.

      Começamos a cortar a ligação energética que havia entre as pessoas ali no abismo e o velhote percebeu. De imediato ele acionou outros espíritos, que apareceram uniformizados, com uma farda azul, tipo tropa imperial de Star Wars, portando uma arma prateada que viemos a descobrir mais tarde que emitia raios de luz, como se fosse um raio laser.

      Como eles não estavam nos vendo trataram de isolar o perímetro. Lembram do filme dos Caça-Fantasmas? Então, a tropa imperial ali tinha um dispositivo semelhante ao que os caça-fantasmas usavam para prender os fantasmas. Eles jogaram várias caixinhas no chão, que se abriram e emitiram uma energia para o alto, que criou um campo energético ao redor do local. Nesse momento o resto da nossa equipe chegou e iniciou-se uma batalha ali e a tropa imperial foi imobilizada.

      O ser que comandava tudo, o de roupa prateada, é um ET e estava em nosso planeta há pouco tempo. Chegou aqui há cerca de 40 anos e se aliou com alguns seres trevosos locais. Ele se chama Arkedios e veio de um planeta-prisão chamado Kretus, onde estava preso por desenvolver um tipo de arma muito nociva, pois era um cientista, mas algum outro ser o ajudou e ele conseguiu fugir, vindo parar aqui no astral da Terra.

 O fascínio quântico

Já nos deparamos com dezenas de médiuns e terapeutas fascinados por espíritos das trevas, principalmente nesta linha quântica. Os espíritos fascinadores atiçam nessas pessoas sua vaidade e lhes incutem idéias de grandeza, fazendo essas pessoas se acharem especiais ou escolhidas. Mascaram a vaidade do médium com uma pretensa vontade deste em ajudar o próximo.

      A faculdade mediúnica, seja do tipo (vidência, audiência, incorporação, psicografia, etc.) que for, não é atestado de superioridade moral e nem significa que o médium é mais evoluído espiritualmente que as demais pessoas, ao contrário, 99% dos médiuns possuem mediunidade de prova, ou seja, possuem essa faculdade por efeito kármico e para eles é uma espécie de teste ou provação. É muito fácil para os espíritos que estão na dimensão astral criarem imagens para os médiuns, alterar sua própria aparência para se apresentarem como mestres de alguma coisa, ET's, caboclos, médicos, pretos-velhos, santos, etc.

Os espíritos verdadeiramente de luz não gostam de ostentação e não perdem seu tempo nem o dos médiuns transmitindo mensagens repetitivas falando de amor e misericórdia, de caridade, etc.; preferem não dizer nomes e nem cargos (mestre disso ou daquilo), não se vestem de maneira chamativa, não bajulam o médium tratando ele como se fosse um escolhido e nem o fazem se sentir especial.

(Publicado originalmente no blog Apometria Universalista em 10/8/2012)

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