(Publicado originalmente no blog Apometria Universalista em 21/10/2019)
Muitas pessoas acreditam que todos nós temos um mentor ou guia espiritual, principalmente se a pessoa tem alguma mediunidade. Essa ideia vem da suposição de que a mediunidade é uma missão e que os médiuns, missionários, possuem um mentor ou guia espiritual para lhes auxiliar nessa missão. Como já expliquei em vários textos a mediunidade não é uma missão, muito menos quem a possui é mais evoluído espiritualmente que os demais, ao contrário, a mediunidade é um karma, surge em razão de karma negativo, por atos cometidos em vidas passadas, principalmente se ouve envolvimento com magia negra.
A grande maioria dos espíritos que se apresentam como mentores ou guias espirituais na verdade são lobos em pele de cordeiro, estão junto do médium apenas para lhe sugar as energias. Recentemente atendemos uma mulher a distância, uma brasileira residente no exterior, cuja história ilustra bem isso. Ela tem mediunidade e durante muitos anos aqui no Brasil frequentou centros espíritas, inclusive um deles utilizava apometria, e segundo acreditava foram tratadas várias vidas passadas dela e seu mentor e amigos espirituais lhe ensinaram a lidar com obsessões, a se proteger, a lutar contra a vaidade, etc., porém, ela não apresentou melhora. Inclusive quando nos solicitou atendimento ela nos disse que os mentores dela poderiam nos ajudar, José era o mais ativo, mas tinha também um Pai Joaquim, Pai João das Matas e uma tal de Mãe Maria.
O problema que mais a estava incomodando era a presença de espíritos alcoolizados ao seu redor, coisa que vem ocorrendo há anos sem solução. Logo que iniciamos o atendimento se manifestou um espírito com muita raiva dela, dizendo que iria enlouquecê-la e que ela iria cair no álcool e nas drogas até se matar. Esse espírito estava muito empenhado nisso. Em uma vida passada nesta mesma região da Europa onde a consulente vive hoje, que inclusive foi obra dele ela estar lá, a consulente foi uma prostituta muito bela e sedutora. Tinha muita ambição e levou muitos homens a ruína total, pois ao se apaixonarem por ela viravam reféns de seus caprichos. Muitos vendiam todos os bens que possuíam para agradá-la e quando não tinham mais nada ela os mandava embora.
O espírito que se manifestou foi um desses, disse que ela lhe enfeitiçou, que colocou algo em sua bebida que o fez perder o juízo. Na verdade ele foi ao bordel em busca de prazer e se encantou com ela, beberam e foram pra cama, ela fez bem o que sabia fazer e ele se apaixonou. Ele tinha família e filhos e para agradá-la vendeu até a casa onde morava sua família, que ficou na miséria. Quando não tinha mais nada a lhe oferecer ela o abandonou. Foi aí que ele se deu conta da besteira que fez, não aguentou a situação e cometeu suicídio. No astral passou a obsidiar a consulente, conseguiu ao longo do tempo reunir 35 vítimas dela e formou um pelotão de obsessores. Ele a acompanha desde que nasceu nessa encarnação e de todas as formas que pôde ele tentou fazer com que na vida atual se perdesse.
Ele sempre esteve ao lado dela e quando ela procurou ajuda em centros espíritas ele assim que pode se apresentou como seu mentor, ele era o que ela chamava de José. Como qualquer espírito medíocre ele não lembrava de suas vidas passadas, mas fiz ele lembrar que numa vida anterior a essa ele se casou com a consulente, que havia recebido uma grande herança, fez ela passar todos os bens para ele, pois ela não saberia administrar segundo ele, e depois a matou para ficar com tudo.
Um dos supostos amigos espirituais dela, o Pai Joaquim, estava há tanto tempo com ela, desde que ela era bebê, que havia esquecido inclusive que era obsessor dela. Dizia que não a conhecia anteriormente e que foi num terreiro que a viu pela primeira vez, gostou da energia dela e passou a acompanhá-la, mas também fiz ele lembrar o passado e ele ficou com muita raiva, pois lembrou que em outra vida ele roubou dois cavalos, ela sabia e dedurou ele para o dono dos animais. Ele levou uma grande surra e morreu na cadeia em função dos ferimentos.
Resumindo retiramos os 36 espíritos que a obsidiavam desde pequena. A consulente estava tão sintonizada com eses seres que imediatamente após os retirarmos do corpo dela saíam fios energéticos, como tentáculos, tentando se conectar com eles novamente. Na primeira noite após o atendimento ela saiu vagando pelo baixo astral atrás de outros espíritos com energia semelhante à daqueles bêbados, para se conectar a eles. Nossa equipe teve que "emprestar" a ela três espíritos dos 36 que haviam sido recolhidos porque senão ela pegaria outros com energia pior. Ainda assim ela catou no astral o espírito de uma mulher chorando para ficar com ela.
Mas o que queremos alertar novamente é que ninguém possui um mentor ou guia espiritual designado por Deus ou por algum ser de alta hierarquia espiritual. Quando de fato a pessoa se propõe a uma missão aqui quando encarnar que necessite de algum apoio ela pode combinar com outro espírito para que este lhe auxilie, mas são casos isolados, não é regra padrão que todos tenham mentores ou guias espirituais.
A regra é não ter mentor, ter mentor é uma exceção, e o mentor não é nenhum ser de luz de sabedoria infinita, é alguém que geralmente está no mesmo nível espiritual do médium ou um pouco acima. Além disso, quem realmente precisa de um mentor são pessoas que trabalham para o bem comum coletivo, líderes espirituais ou religiosos, e não qualquer um só porque tem mediunidade.
Já nos deparamos com diversos casos semelhantes onde o suposto mentor ou guia espiritual é na realidade um obsessor do médium, que ganha sua confiança para ficar lhe vampirizando e aumentando os laços energéticos entre eles. Também observamos que nos centros espíritas eles não conseguem perceber isso, não investigam se o espírito é quem diz ser, na verdade nem sabem como, e qualquer espirito que chega com fala mansa dizendo que é mentor, guia ou amigo do médium já assumem como tal.
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