(Publicado originalmente no blog Apometria Universalista em 17/2/2022)
Já alertamos em várias postagens sobre essa questão de mentor ou guia espiritual, vide Mentor - O lobo em pele de cordeiro e outras. Hoje num atendimento nos deparamos com mais um caso. A queixa da consulente não tinha nada a ver com isso, ela relata que há cerca de um ano e meio decidiu dar mais atenção para sua vida espiritual, estudou e está praticando radiestesia e radiônica e tem se sentido melhor como pessoa, menos agressiva, mais empática e diz que seus medos diminuíram, porém, tem se sentido muito cansada. Um detalhe indicativo é que ela afirma que sempre sinto alguém tocando meu chacra, em especial o frontal.
Logo que sintonizamos com a consulente o médium viu um espírito sentado em posição de lótus, padmasana, com os polegares tocando os indicadores, chin mudra, um típico guru indiano. Conversei com o guru e ele disse que a consulente o procurou no astral e que ele a estava orientando, era seu mentor espiritual, por ser um espírito que já atingiu a iluminação, já trilhou o caminho da evolução.
Perguntei de onde ele conhecia a consulente e ele respondeu que não se conheciam, mas vimos que ela foi uma aluna dele numa vida muito antiga, há mais de mil anos, numa região próxima da Índia, que foi onde ele começou a trilhar esse caminho espiritual. Não foi um grande guru, chegou a ter apenas 10 alunos numa época, e esse guru morreu meditando sob uma árvore numa floresta. Ele já não era muito bem nutrido e após 28 dias meditando ele morreu. Depois dessa vida que foi há mais de mil anos ele teve outras seis reencarnação, sempre envolvido com práticas espirituais. Está desencarnado há cerca de 90 anos desde sua última reencarnação, onde foi um sadhu, um asceta indiano. Ele ficou obcecado com essa encarnação antiga e sempre depois de morto ele volta para essa frequência e fica meditando esperando algum aluno aparecer. O desejo da consulente, talvez até inconsciente, de ter um mentor espiritual para lhe guiar e o desejo dele de ter um discípulo, somado ao fato dele já ter sido o guru dela nessa vida passada, os atraiu mutuamente. Porém, ao contrário do que pensava sobre si mesmo, o guru não atingiu a iluminação, e apesar dele ser um espírito bem calmo e tranquilo, seu nível evolutivo era o de uma pessoa normal, e foi isso que eu disse a ele, fiz ele ver as vidas que teve, o modo como morreu e onde ele se situava no astral que era uma floresta numa região densa do umbral. Ele fez um ponto no centro da testa da consulente, o sagrado ponto bindi, onde ele tocava e ela sentia, e nesse toque ele trocava energia com ela, só que por ter a energia muito baixa ele a sugava energeticamente, por isso ela se sentia cansada.
O guru caiu em prantos ao ter exposta sua real condição espiritual, se sentiu muito decepcionado, mas era um espirito que vivia se iludindo há mais de mil anos, se achando um iluminado, quando na realidade não o era. Apaguei a mente dele e o encaminhamos para reencarnação. Nós nos sentirmos melhores não significa que realmente somos melhores, o caminho da evolução é longo, é algo que temos que trilhar por muitas vidas e da maneira correta.
O que a maioria dos buscadores ignora ou não quer acreditar é que todos temos um enorme lastro de energia kármica que temos que resgatar para subir de nível. Atingir a iluminação é ter acesso a realidade, mas não exime o espírito de seus compromissos pois seu karma ainda precisa ser resgatado. Tendo conhecimento da realidade o espírito pode agir de forma a reparar mais facilmente seus erros, com uma compreensão maior dos fatos pode trabalhar mais facilmente sobre si mesmo para se aperfeiçoar, mas a iluminação não liquida nossos débitos, isso o iluminado ainda vai ter que fazer.
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