Muitas pessoas que atendemos possuem mediunidade num grau ostensivo e nesses casos sempre recomendamos que a pessoa desenvolva a mediunidade, ou seja, trabalhe em algum centro espírita ou terreiro. Muitas pessoas também me perguntam se eu indico algum local para elas trabalharem e isso é algo que eu não posso fazer porque não tem como eu conhecer todos os centros ou terreiros que existem no Brasil para poder indicar algum que eu ache que seja bom, e mesmo assim os muitos que eu conheço eu não indicaria.
Mas nisso temos uma questão pertinente que tem a ver com o karma do médium, pois muitas vezes ele precisa passar por um centro espírita ou terreiro ruim, para aprender algumas coisas. Um local perfeito não existe, sempre vai haver questões de ego dos médiuns e dirigentes do local, eventualmente algum tipo de assédio etc. Pode ocorrer do médium ter que frequentar vários locais até encontrar um local com o qual se afinize, mesmo que não seja um local perfeito, afinal todos estamos aqui para polir nossa rusticidade, então temos que aprender a conviver com os defeitos dos outros assim como eles convivem com os nossos.
Existem centros espíritas e terreiros bons e existem os ruins. Resumidamente eu classifico como bons os locais que possuem alguma ligação com entidades superiores ou que pelo menos consigam auxiliar quem os procura, sejam encarnados ou desencarnados. Não basta estar escrito centro espírita ou terreiro para que o local seja bom, para que tenha apoio de entidades superiores e realmente ajude as pessoas. A boa vontade dos dirigentes ou médiuns não supre a ignorância e falta de capacidade para o trato com o mundo espiritual, muito menos a fé.
Especificamente em relação aos terreiros já me deparei com uma situação que é muito comum e que vou relatar em seguida tendo como base um atendimento recente que fiz, mas ressalto que já me deparei com casos semelhantes inúmeras vezes e que isso deve servir de alerta para quem pretende ser médium de terreiro.
Fiz uma consulta de aconselhamento para uma cliente minha e ela relatou que estava se sentindo muito cansada, que sua atividade profissional que ela já faz há anos e que gosta de fazer ela não estava mais dando conta, disse que o ano de 2023 foi muito desgastante, e no meio da conversa me relatou que no final de 2022 ela frequentou por poucas vezes um terreiro, pois ela tem mediunidade e inclusive antes de começar a se consultar comigo há vários anos ela já tinha frequentado terreiros de Umbanda e Candomblé.
Ela me relatou que foi duas ou três vezes e não foi mais pois queriam que ela fosse desfazer um suposto trabalho contra ela num cemitério. Quando ela me contou sobre isso e lhe disse que é muito comum os pais-de-santo fazerem trabalhos de magia para o médium que sai da casa voltar, e o meio dele voltar é sempre pela dor, por estar com problemas, então eles fazem magia para o médium ter vários problemas para que volte ao terreiro pedindo ajuda e acabe ficando por lá. Ela marcou uma consulta de apometria para verificarmos essa questão.
E para espanto de zero pessoas havia um espírito de baixa vibração junto dela que logo que foi identificado começou a proferir vários palavrões. Esse espírito, um quiumba, foi grudado na médium através de um trabalho de magia feito pelo pai-de-santo do terreiro que ela parou de frequentar para perturbar a médium, para a vampirizar, a deixar cansada, para atrapalhar os projetos e trabalhos dela etc.
Nós retiramos o quiumba, que era o espírito de um negro escravizado, e puxamos as entidades responsáveis pelo terreiro no astral. Embora o nome do terreiro seja de um caboclo e um pai velho, esse terreiro era comandado no astral por 12 espíritos de brancos, que se revezem entre si para se apresentar como sendo as entidades que os médiuns imaginam receber, caboclos, exus, pais velhos etc. E se não bastasse esses espíritos não terem ancestralidade eles ainda todos foram brancos donos de escravos. Nós obliviamos os 12 espíritos que comandavam o terreiro e ligados a eles fizemos um resgate de mais de 7.000 espíritos de negros ainda escravizados no astral.
Outro cliente que atendemos frequentou um terreiro há vários anos onde se apresentou para ele através de outro médium um exu Zé Pelintra dizendo ser o mentor dele. Já faz anos que essa pessoa não frequenta mais o terreiro, mas o tal Zé Pelintra estava encangado nos ombros da pessoa, o espírito estavam literalmente sentado nos ombros da pessoa sendo carregado para todo lugar e, óbvio, sugando a energia da pessoa, tentando induzir nela vontade de beber e fumar para facilitar a conexão e depois o induzir a voltar para o terreiro. Também retiramos o espírito e o encaminhamos.
Esses são exemplos de terreiros ruins, nos quais o pai-de-santo quer escravizar os médiuns e utilizar sua mediunidade não para que eles façam o bem, mas para negociar sua energia com espíritos de baixa vibração que agem apenas em proveito próprio. O médium de terreiro tem que estudar os fundamentos teóricos de sua religião o observar se no terreiro que frequenta a teoria ao menos se assemelha com a prática. De nada adianta falar em amor e caridade e fazer trabalhos de magia negra para qualquer finalidade.
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